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Feminismo on-line

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“Nude with phone #4”, por Christoper Delorenzo

Enquanto a cultura jovem passa por uma reinvenção digital, mulheres da vanguarda do feminismo rearranjam seu lugar na realidade atual entre fotos de mamilos expostos e gifs e montagens de Miley e Beyoncé – sim, sabemos que temos a mesma quantidade de horas no dia que ela. Existe muito conteúdo relevante sobre feminismo on-line, basta saber para onde olhar.

Há tantos lugares dominados por homens, onde mulheres não têm permissão para se sentir confortáveis, ainda que nada disso seja dito em voz alta, como “este é um lugar de macho” – mesmo que seja. Essa realidade cria a necessidade feminina de também ter seus espaços para se reunir, debater as dificuldades que enfrentam, conversar se sentindo seguras e, principalmente, para se fazer perceber que não as próprias mulheres não estão sendo paranóicas a cerca do sexismo. E esse espaço cresce cada vez mais no ambiente online.

Algumas participantes tem idade suficiente para lembrar do crepitar de um modem, enquanto outras pensam no MSN como um fóssil arcaico do início dos anos 00s. Mas todas estão em rede, retuitando, marcando, compartilhando umas as outras. Através de distâncias geográficas, estão trabalhando o que as une mais do que o que as divide.

Mulheres constituem a maioria dos usuários em redes sociais como Twitter e Facebook. De acordo com a comScore, empresa de análise de internet, as mulheres na Europa e América do Norte gastam 30% mais tempo em sites de cunho social do que seus colegas do sexo masculino. Em média, também twittam mais, seguem mais pessoas e tem mais seguidores. Profissionais femininas tem se reunido cada vez mais em grupos exclusivos para discutir sua representação de gênero no mercado e se ajudarem a conquistar posições através de suas conexões – juntando os pontos, se ajudando para conquistar uma realidade mais igualitária no que rege as oportunidades para homens e mulheres.

O tipo de feminismo que geralmente se vê na grande mídia é one-way: hetero, branco, letrado, classe média. Mas agora temos a oportunidade de fazer nossa própria mídia – a internet quebrou essa barreira exclusória, e uma onda de jovens feministas de todas as partes e realidades está prosperando online através de blogs, trabalhos artísticos, ou até de relatos em seus perfis pessoais.

Pessoas dos lugares e classes mais distantes possíveis de uma realidade justa conhecem a palavra feminismo através de tags, se identificam com o movimento e assumem posições. Fale o que quiser sobre a onipresença #chata de hashtags por todos os lados e do olho que tudo vê do Google, mas ambos têm indexado conhecimento que é acessível de maneiras impensáveis há algumas décadas atrás. A luta pela visibilidade e representação vem acontecendo há centenas de anos, mas a internet tem permitido às mulheres de todas as origens, etnias e orientações sexuais conhecerem e aderirem a esse movimento. Hoje, o antigamente chamado “gueto feminista” é muito maior.

No grande esquema das coisas, as vitórias obtidas pelo feminismo on-line pode parecer pequena: um espaço (relativamente) seguro para as mulheres discutirem suas questões e uma alternativa de baixo custo para o mundo dominado por uma grande mídia machista – isto não é reinventar a roda ou colocar uma bala na cabeça da misoginia. Mesmo agora, mulheres ainda enfrentam grandes dificuldades no dia a dia apenas por serem mulheres, mas estão reagindo cada vez mais para mudar suas realidades.

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